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   Aprendi arte sobretudo dentro de casa. Minha mãe, Neide M. Russo, é uma forte e sensível psicóloga e arte-terapeuta, que sempre floriu minha vida com música e imaginação. Artista que é, me criou com liberdade e ensinou amor, sendo sempre principal incentivadora dos meus sonhos arteiros.

   Em 2008, quando eu tinha 9 anos, contei a ela sobre uma espaço de arte que ouvi falar, e ela correu lá pra saber como funcionava. Esse lugar era a Casa de Ensaio, OSCIP que há 23 anos desenvolve um projeto social de arte-educação com foco no teatro para a infância e juventude em Campo Grande - MS, cidade onde nasci e cresci. 

   Fui bolsista do programa “Brincaturas e Teatrices” da Casa por 7 anos, e lá vivenciei oficinas de pesquisa e experimentação das culturas tradicionais da infância, jogos teatrais, cinema, artes plásticas, literatura, audiovisual, costura e onde tive contato com diversos tipos de dança e música.        Nesse espaço, “uma escola de verdade só que de brincadeiras”, aprendi fundamentos da sabedoria ancestral que é a Roda, e  através dos saberes das culturas populares brincantes me potencializei cidadã ao vivenciar um espaço plural construído a partir de afetos e diálogo.

   O contato com as culturas populares me apoderou da Rua, a quem eu chamo de escola primeira, quando penso nela enquanto espaço que ocupo desde criança, brincando pelo bairro onde eu morava, me deslocando pela cidade, e onde muitas vezes passava a maior parte do tempo. 

   

Nessa relação com a Rua, no brincar do carnaval, no Maracatu, nas batalhas de rima e de poesia e na ocupação dos espaços públicos e políticos da cidade, tive a oportunidade de participar de muitas oficinas gratuitas de dança, teatro e circo oriundas do fomento dos editais de incentivo público na cidade. 

Nesse contexto, conheci a Capoeira, e me conectei profundamente com ela. A escola de capoeira Roda de Bamba desenvolveu um núcleo de treino dentro da Casa de Ensaio, e nessa escola conheci Mestre Leandro, e os professores Ettore Batalha e Murilo Gadelha, com quem estudei os fundamentos da filosofia Capitães da Areia do Mestre Anande das Areias e conheci o Samba de Roda e o Maculelê, vivenciando também oficinas de confecção de instrumentos e participando de edições do Festival Essências da Capoeira.

Em paralelo a isso, comecei, em 2011, por influência de minha mãe, a fazer aulas de Samba de Gafieira no Espaço do Samba, localizado no Estúdio Maridança, onde estive por 2 anos estudando a prática das Danças de Salão. 

Já apaixonada pelas danças a dois, me aprofundei no estudo do Samba de Gafieira e, em 2013, participei da Oficina do Samba, realizada no Rio de Janeiro pelo professor Jimmy de Oliveira e que contou com a participação de profissionais da Gafieira de diversas parte do país, possibilitando contato entre diversos sambas... 

Também em 2013 me tornei aluna do Projeto de Extensão de Dança de Salão do curso de Educação Física da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, onde segui me aprofundando nos estudos das danças de salão latinas como Salsa, Bachata, Zouk, Bolero, Tango, e o próprio Samba, além de outros. Através desse projeto, onde mais tarde atuei como professora, entrei em contato com as temáticas de gênero dentro do contexto do salão, pensando danças políticas e representativas, abrindo caminhos para pensares contemporâneos, criativos, sensíveis, representativos e empoderadores.

   Em 2016, me tornei discente do curso de Letras da UFMS, buscando pensar linguagem, dança e comunicação, mas não consegui me adaptar ao curso, e meus estudos se concentravam com mais força no Projeto de Dança de Salão, onde me sentia mais contemplada pelos conteúdos e práticas. 

No caminho da sensibilidade, no ano de 2017 viajei com o coletivo de bolsistas do projeto para Florianópolis - SC, para participar da Imersão em Dança, vivência organizada por Tatiana Leme para pensar a dança de salão contemporânea e suas questões como a condução compartilhada, criatividade e também as questões de gênero e sexualidade. Nessa ocasião, tivemos aulas com Brenda Carvalho e Anderson Mendes, Tatiana Leme, Brigitte Wittmer, e com Ricardo Tetzner e Alexandra Klen, da Dois Pontos Cia de DançaTeatro. 

   No mesmo ano, tive a oportunidade de participar da segunda edição do Imersão em Dança, onde conheci Xandy Liberato, criador da Liberato Metodology e do Zouk Retreat, encontro realizado em Brasília, no qual tive a oportunidade de aprender muito ao integrar a equipe do evento enquanto apoio teórico de dança a dois, me conectando e dialogando com pessoas do mundo todo, ampliando e desdobrando ideias, sensações e fazeres do salão pensando toque, fluidez, conexão e autonomia.

   Em 2018, já afastada do curso de Letras, me tornei discente da graduação em Dança da UFBA - Universidade Federal da Bahia, onde venho, desde então, vivenciando dança contemporânea, educação somática, estudo dos processos criativos, debates sobre contemporaneidade e, sobretudo, pensando as danças afro-brasileiras e indígenas, tendo vivências com Frevo, Capoeira, Dança dos Orixás, Maracatu, Boi de Matraca e outros.

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