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Meu interesse por educação tem início informalmente, em 2011, aos 13 anos, no universo das danças de salão, quando tive a oportunidade de trabalhar como monitora no Espaço do Samba, localizado no Estúdio Maridança, em Campo Grande - MS, onde estive por dois anos. Lá, me vi pela primeira vez na responsabilidade de ensinar, e também de refletir o ensinar através do exercício do mesmo. Aprender, e ensinar aprendendo, e aprender ensinando… 

Em 2013, passei a integrar a Cinese Cia. de Dança, que se propõe ao estudo de propostas contemporâneas para a dança a dois. Junto desse coletivo, lecionei aulas de Samba de Gafieira ao lado de Michael Ito, e Tango, com Leonardo Borges, no Espaço de Dança Selma Azambuja. Nesse mesmo contexto, no construir dos espetáculos, contemplados pelo Fundo de Investimento à Cultura - FIC, realizamos oficinas em escolas públicas de Campo Grande e visitamos os municípios de Bonito, Ponta Porã e Dois Irmãos do Buriti com espetáculos e oficinas de dança para a comunidade. 

Em 2016, fui selecionada para integrar a equipe de bolsistas do Projeto de Extensão de Dança de Salão da UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, onde, sob coordenação e orientação do Profº Drº Marcelo Victor da Rosa, em um ambiente de respeito à diversidade, apoio e coletividade, tive a oportunidade de pensar metodologias mais sensíveis para o ensino da dança a dois, podendo trabalhar temas como gênero e sexualidade, me posicionando enquanto docente a partir do meu local de fala enquanto mulher, para a criação de ambientes de ensino cada vez mais representativos e acolhedores, sensíveis. 

A abertura e incentivo do projeto para que eu ocupasse o lugar da docência o entendendo como um local político me abriu possibilidades para repensar todo o fazer da dança de salão, o que transformou completamente o meu jeito de ver, fazer e ensinar. 

Nesse caminho, conheci a psicóloga e professora de dança Ana Loureiro, e juntas criamos o Nós Coletivo (facebook.com/noscoletivo), que traz como intenção viabilizar ações que movimentam o pensar em dança sobretudo entre as comunidades da nossa cidade, Campo Grande. Dentro desse coletivo, nos unimos a Diego Franca e Alberto Eikiti para a criação da Oficina do Sentir, que propõe a prática do salão pela via inicial da sensibilidade, trabalhando aspectos de contato, conexão, fluência e criação a dois. 

Atravessada por muitos educadores e educandos maravilhosos nessa trajetória, tenho certeza de que o velho clichê é real e que a gente aprende muito mais que ensina. Ensinar aprendendo… 

Hoje, sou estudante de licenciatura na Escola de Dança da UFBA, e integro o PIBID - Programa de Iniciação à Docência, realizando desde 2018.2, sob a coordenação de da Profª Drª Amélia Conrado e  Profª Meª Rita Rodrigues, um trabalho na disciplina de Artes com as turmas do 6º ano no Colégio Estadual Democrático Bertholdo Cirilo dos Reis, localizado na comunidade de São João do Cabrito, bairro de Plataforma, na região da cidade baixa, em Salvador.

 Atuando ao lado dos meus colegas de graduação, baseamos nossos planos de ação na relação entre o Plano Curricular da escola, as disciplinas cursadas na universidade e os nossos anseios enquanto educandos. Sobretudo, enquanto coletivo, priorizamos práticas democráticas, trabalhando, a partir da escuta, na sabedoria da Roda, resgatando saberes ancestrais e populares de construção comunitária para planejar e avaliar nossas vivências.

Nesse contexto, o pensar caminha pela noção de identidade e cultura, propondo análise de mundo a partir da nossa cidade, bairro, escola, casa. Pensar cultura, manifestação cultural, representatividade, diversidade. Isso tudo redescoberto no corpo, pelo corpo, movimentando e brincando, permitindo.

Sigo aprendiz, escutando, observando, dialogando, pra poder construir sentindo, e também pra desfazer sentidos. Trago no fazer cotidiano de artista-pesquisadora-docente, a constante busca por práticas sensíveis, ancorada nos saberes que aprendi junto de cada educando e educador que atravessou o caminho comigo até aqui, construindo essa dança tôda e abrindo portas e janelas para mais possibilidades e renovação, almejando sempre a partilha.

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